terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Taj Mahal

Fiquei pensando sobre estes posts que estou escrevendo, pois é bem difícil  dar a real dimensão de como as coisas estão por aqui. Escrevi os últimos posts e, depois de ler, os lugares me pareceram horríveis e cheguei a me perguntar se as pessoas iriam entender que não é bem por aí.

O bom de viajar com o Thiago e com a Letícia é que, mesmo quando os perrengues são fortes, conseguimos levar a situação com leveza. Ontem, no meio do frio da estação de trem e sem a certeza se o trem chegaria alguma hora (afinal haviam trens com mais de quatro horas de atraso), o Thiago conseguiu tornar a situação divertida. Ele olhou para mim e para a Le tremendo de frio e falou: "Enquanto isso em Cancun...", querendo dizer que poderíamos estar em melhores condições nas nossas férias. Começamos a rir bastante, afinal escolhemos a Índia como destino e agora teríamos que aproveitar as aventuras ali colocadas. Virava e mexia, quando tínhamos que enfrentar uma situação difícil, a Le falava "Mas por que se eu não fiz nada?" e então ríamos e seguíamos em frente. No final, o dia era visto com mais uma conquista e ficávamos mais forte para continuar nosso propósito de aproveitar a Índia e tudo que ela tivesse para oferecer.

Ontem, depois da chegada caótica, comemos alguma coisa e resolvemos ir para o Taj Mahal. Nos disseram que é muito lotado a tarde, mas de manhã também não parecia ser uma boa opção por causa da neblina que nos impossibilitaria de visualizá-lo completamente. Então, decidimos ir naquela hora mesmo e deixar o cansaço para mais tarde.

Encontramos um indiano, motorista de tuc tuc, muito gente boa. Ele nos levou até o Taj Mahal e foi conversando conosco o tempo todo. Ele ia contando histórias e olhando para trás para ver nossa reação. Isto mesmo, no meio do caos do trânsito indiano, ele dirigia, olhava pra trás, conversava e ria, ao mesmo tempo em que tirava pequenas finas dos carros a frente. Eu prendia a respiração toda vez que ele olhava para nós e encolhia os olhos, depois ria de ver a cara dele toda feliz. A Le nos chamou atenção para os carros que passavam e todos, sem exceção, tinham sinais de batidas. Era uma mistura de medo e alegria por viver aquilo.

Esse moço quis nos mostrar que conhecia o Brasil e logo comentou: "Ah! No Brasil tem muitos bandidos armados não é mesmo?" e o Thiago riu e respondeu: "Eh Tem um ou dois!". Depois ele comecou a falar em espanhol. Duas ou três palavras, mas rimos bastante. Segundo o próprio figura, além de hindi ele fala inglês, italiano, espanhol e francês. Fez questão de falar algumas coisas em Francês para nos impressionar mais um pouco. Engraçadíssimo!!! Depois de falar ele ria e olhava pra trás para confirmar que estava nos divertindo. Os dentes dele eram tão pretos que pareciam que não durariam muito tempo na boca. Sem falar do cheiro de álcool que vinha toda vez que ele virava para trás, o que só deixava a viagem mais emocionante.

Ao chegarmos ao Taj Mahal e ele nos deu muitas dicas, como não contratar guias, não aceitar ajudas para entrar na fila especial, afinal só por sermos turistas já tínhamos uma fila separada, entre outras.   No final, prometeu que nos buscaria as 18h.

Ao entrarmos, tentaram nos dar o golpe da fila e nos ofereceram serviço de guia, só que já estávamos espertos. Demoramos um pouco para entender onde comprava ingresso e por onde entrávamos, mas fomos bem independentes e entramos no Taj Mahal sem "ajuda".

Durante a viagem, entrar nesses grandes pontos turísticos tem sido fantástico!! O Taj Mahal é incrivelmente lindo e cheio de pessoas. Fiquei encantada demais com o lugar e o Thiago o elegeu como o monumento mais lindo do mundo. Ficamos um tempão lá dentro admirando cada pedacinho.

A história do lugar ajuda a criar o clima especial. O Taj Mahal foi construído pelo imperador mogul Shah Jahan, em memória de sua esposa favorita, Mumtaz Mahal (aqui tudo é construído para alguém favorito, seja esposa, filho ou barbeiro). A esposa morreu em 1631 e, depois de construir o Taj Mahal para ela, o imperador queria construir outro monumento igual e do lado oposto para ele, na cor preta. Seu filho mais velho o interditou e passou a chamá-lo de maluco por gastar toda a fortuna da família nessas "obras de arte". Final da história, o filho o destronou e o prendeu em uma pequeno lugar onde o imperador só podia ver sua grande obra prima da janelinha. Seu filho se tornou imperador da Índia e um dos mais violentos de toda a história.



Conhecer um lugar como este tem seu charme. Só o fato de estar lá e ver de perto algo que só víamos em foto, já dá uma sensação maluca. O mais engraçado é que viramos famosos por alguns minutos. Alguns indianos chegavam na gente e pediam pra tirar fotos. Teve uma hora que fez uma filinha de meninos querendo tirar foto com o Thiago. Eu e a Le choramos de rir e ficamos aloprando porque ele estava sendo paquerado!! Claro que ele devolveu a  piada na mesma altura e passou a nos chamar de Nicole Kidman do Ceara.


Para completar vimos o por-do-sol de lá. Juro que foi incrível!!!! Esse final de tarde foi muito gostoso e divertido. Rimos bastante com as pessoas fazendo pose para tirar foto, das abordagens para tirarmos foto, dos cochichos sobre nós e de bobeiras a parte que fomos capazes de criar. Sem falar das excursões escolares que são feitas pra lá, então tem aquele monte de criança tocando o terror no Taj Mahal, imagina isso?

Tínhamos plano de sair para jantar em um restaurante com músicas típicas, mas resolvemos passar no hotel antes, para tomar um banho e descansar um pouco. Como era de se imaginar, o cansaço tomou conta do nosso corpo e abortamos a missão a ideia inicial em troca de um bom colchão e travesseiro.

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